sexta-feira, 25 de abril de 2008

O resto a gente corre atrás?

Quando a ficha de estar esperando um chuchuzinho cai, em geral sua caixa de mensagens do e-mail fica bem mais cheia. Explico: existem montes de websites por aí, de oficiais de maternidade a blogs pessoais, onde as pessoas contam suas experiências, alguns semana a semana... E é claro que você se inscreve em todos, porque eles descrevem o que está acontecendo com aquele serzinho que você já ama tanto!! Mas há também o lado materno da coisa; lá pela 10ª semana, um deles diz que " o corpo da mamãe já está mais redondo" e, umas 3 semanas depois, "uns quilos a mais aparecem". Sutil!! Prefiro um outro, que leva em consideração a sensibilidade das futuras mamães nessa fase: "seu corpo começa a assumir formas arredondadas e você pode se achar até um pouco mais gordinha, mas isso não significa que não esteja mais bonita!"

Mas o mais engraçado é que, mesmo se você já se preocupava com o peso antes da gravidez e jurou que não ia se empolgar nos comes nem se privar do necessário, você começa a pensar se está tudo dentro dos conformes... Eu vou confessar aqui o que quem me conhece já sabe: não gosto de salada e não como arroz e feijão todos os dias.




Mesmo eu tendo diminuído muito meu apetite por doces (não voluntariamente, sinto admitir também), isso não quer dizer que minha alimentação é exemplar. E como não achar que tem algo "errado", se não estou me sentindo tão mais gordinha assim (já estava antes do chuchu), não acho que minha barriga está crescendo, não sinto absolutamente nada diferente? Tirando um enjôo quando andei de ônibus outro dia, mas acho que nessa fase isso tem mais a ver com o jeito de dirigir do maníaco no volante do que com a gestação... Pra piorar as coisas, desde semana passada estou com uma gripe que não passa, e terça tive um baita de um piriri, febre e tudo, e tomei TODOS os remédios que a médica tinha prescrito.

A única coisa que não mudou foi meu chororô. Aliás comecei o post hoje pra comentar sobre isso, que estava lendo umas revistas de esportes e chorava com cada entrevista, Da advogada de 30anos que começou a correr pra entrar no vestido de casamento à senhora de 70 anos que começou aos 47 e brinca que é triatleta: corre maratonas (!!), trabalha das 10h as 19h e é dona de casa, passando pela reportagem sobre a maior corrida só para mulheres do mundo. Acabei desabafando minhas preocupações com o bem estar gerla, porque se os sites acabarem com minha auto estima e eu comer todas pra afogar as mágoas, depois terei que corrigir e, embora mais trabalhoso, vai ser só correr atrás...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Meu nome não é Abc

Essa coisa de nome é engraçada, mesmo. Já comentei por aqui a opinião do Mika, de que os 9 meses servem mesmo é pra se chegar a um consenso do nome? E tem muita gente que sai da maternidade sem um...
Antigamente, já que não dava para saber o sexo com antecedência, as pessoas se baseavam em alguns fatos científicos pra economizar tempo: intuição materna, se a barriga estava mais pra cima ou pra baixo, se mais redonda ou bicuda... O problema era que às vezes esses métodos falhavam, e com isso o coitadinho chegava em casa sendo chamado de “neném”. Hoje em dia, já dá para diminuir a busca em pelo menos 50%, né? OU é menino, OU é menina... Tem também o caso dos pais que querem ter a surpresa na hora, nem olham pra tela do ultrason, e claro que essas pessoas são bem resolvidas o suficiente para já ter opções quando o rebento chegar por aí... Admiro, mesmo, pessoas assim; eu deixei de fazer o exame de abril, quando já daria para tentar ver se era um chuchuzinho ou pimpinela, e já me corroí de “arrependimento”; sorte que curiosidade não dá enjôo...
Mas, enfim, acho que todo mundo alguma vez na vida ouviu um nome que gostou, e disse “Esse vai ser do meu filho!”, mas por experiência, poucos conseguiram realizar este desejo; às vezes até se torna nome de cachorro (né, Tristan?). Eu, por exemplo, já desde cedo sabia que os meus deveriam se chamar Heloísa (de um filme) ou Leonardo (de Vinci); a gente se esquece de que não vai fazer sozinho, e a outra parte vai reivindicar seus direitos... Houve um tempo em que os pais davam a última palavra. “Vai se chamar Kunhãguaçutenhé, que era o nome da minha avó índia”, ou então “ Meu menino vai se chamar Arisni, que é a fusão dos pais Aristeu e Nícia.” Sem ofensas, se um desses é seu nome, o do meu pai também era meio esquisito, mas não tenho essa criatividade. Depois de um tempo, não sei se foi com o feminismo, quando as mulheres puderam opinar mais, ou pela influência da TV, cinema, esse padrão mudou um pouco, e apesar de hoje ser possível encontrar muitos nomes “fusão”, também há uma quantidade assustadora de nomes com W, Y, K... Sem entrar nos CH, LL, NN, TT, TH.
No nosso caso, meu instinto maternal está desligado. Tem dias em que acho que é menino, outros tenho certeza que não. Como a barriga já era gordinha, ela sempre foi redonda e “acumulada” mais pra baixo, então não conta. No dia em que a ficha começou a cair, eu disse pro papai pilantra que nós teríamos que escolher uns nomes, que tal cada um se responsabilizar por um sexo? “Eu quero escolher o de menina!”, garantiu ele depressa, porque seu instinto paterno lhe sussurrou no ouvido. Eu concordei, mas com direito a voto e veto. Vai que ele colocasse o nome de Ryandeer, personagem feminina de um amigo no jogo on-line preferido? Melhor me cuidar... Pelo menos nós dois gostaríamos de um nome um pouco menos comum, o que já é um começo! Até agora simpatizamos muito com

ENZO: vem do teutônico Heinrik - PRÍNCIPE PODEROSO
ESTELA: vem do latim Stella - A ESTRELA DA FAMÍLIA

Agora o trabalho é falar pras pessoas e elas não quererem que a gente mude: 2 pessoas já me prometeram livros de nomes depois de falarmos nossas idéias e a tia Vera de Sampa na verdade já até mandou um: “Que nome darei ao meu filho?” Muito legal, e onde descobri que há pessoas chamadas Abc, Cafiaspirina, Epílogo, Oceano Atlântico, Sherlock Holmes, Waterloo Napoleão... Ah, se vocês quiserem lê-lo, os autores são Pandiá e Ana Pându, e eu me pergunto: Por que será que eles optaram por esse tema?...

sábado, 12 de abril de 2008

Sobre crescer...

Semana passada fomos ao cinema ver "Juno". Eu já tinha ouvido criticas positivas mas, pra ser sincera, queria mesmo ver só porque a personagem engravida do melhor amigo, hehehe... Bom, depois que o Mika disse que leu o instinto se desenvolve mais nessa fase e o raciocínio lógico (leia-se cérebro) não tem o papel mais importante, achei que ia me safar com essa.
O filme e mesmo muito bom, mais pelas reflexões que causa que pela historia em si. "Garota de 16 anos engravida após ter sua 1ª vez com o melhor amigo e decide abortar. Como não tem coragem, decide ir ate o final e entregar para adoção." Mas além do óbvio, que é o laço que ela cria com sua “coisa”, o filme aborda os relacionamentos em diferentes fases da vida: primeiro namorado, casamentos desfeitos, possíveis traições, segundo casamento, pais e filhos, etc, etc. Fala disso tudo e ainda faz a gente rir!!

** Se vai assistir o filme e não gosta de saber o final, é melhor não ler mais.**

Quando ela encontra o casal que não pode ter filhos e quer adotar, ela se sente 104% segura de que seu bebê vai estar em boas mãos. Quem a criticaria por não assumi-lo? Do alto de seus 16 anos e da experiência de só receber um cacto por ano da mãe que não vê desde os 5, ela quer dar-lhe o melhor, exatamente como cada um de nós, tenha a gravidez acontecido por acidente e sido "aceita" ou as muitas vezes em que esperamos tanto tempo pelo momento certo ou o "milagre da vida" acontecer conosco... Mas as pessoas não são perfeitas, e após pouca convivência ela vê que família de comercial de margarina só existe mesmo por 30segundos, e se decepciona. Poxa, ela tentou fazer o melhor, e agora descobre que o melhor de cada um é diferente... E chora. Chorei junto, claro; quantas vezes meus castelos de cartas, minhas certezas, já não caíram por terra? As pessoas que ela considerava velhas, ou seja, maduras, têm crises de adolescência mesmo depois de adultas? O amor em casal não existe, os relacionamentos se desfazem e só sobram filhos inseguros?
Algumas das melhores cenas se passam entre Juno e seu pai. As lições que ele ensina, sem falso moralismo, nos passam que ele também cometeu enganos, mas a ama. E que um relacionamento a dois não é fácil, mas se você for você mesma e a pessoa gostar assim, e vice versa, já é um bom começo. E arremata: "Ou seja, eu. Não era de mim que você estava falando?" Esse é um pai como eu quero ser... Sem a parte da filha grávida aos 16. É muito cedo pra pensar nisso? hehehe
E quando ela decide encarar o medo, dizer a seu amigo que gosta dele porque ele a olha nos olhos, e não pra barriga, como todos a sua volta, e pára de tirar barato por ele ter pernas finas, ser viciado em Tic Tac sabor laranja e insistir para que ele saia com outra porque tem medo de se envolver (Mesmo ela já estando a essa altura com um barrigão de, sei lá, 8meses)? Conheço muita gente de 40anos que nunca teve essa coragem... E não tem medo de cumprir promessas, se entregar aos sentimentos e chorar, mas depois disso fechar a janela e guardar as lições e boas recordações, e abrir novas portas...

Esse post pode parecer deprê, mas não é, não. É uma apologia a CRESCER!! Porque quando a gente é bem novinha, acha que aos 30 já vai ser bem resolvida, pelo menos na cabeça... Mas tem que haver uma certa vontade de viver sem medo, porque é um pacote completo!! É como engordar um pouquinho na gravidez, até arriscar umas estrias (God forbidden!), pra ter um chuchuzinho risonho nos braços; achar que vai ser mulher maravilha ou pai herói e já agora ficar de mau humor depois de só 1(!) noite mal dormida, morrendo de medo de quando outubro chegar; ou saber que tem tanto a aprender e que não há uma fonte segura... Não dá pra ter só as boas coisas da vida, mas esses papais aqui estão se esforçando pra aproveitar pra crescer, sem deixar de ser adultos nem de se empolgar com barriguinhas aparecendo, mimos de amigos, carinho de todo lado, mesmo que virtual!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Como dizia o velho deitado...



... não basta ser pai, tem que participar. Então estou aqui com várias idéias, que cismam em ficar em uma ordem absurda (que falta faz um orientador de conteúdo). Mas vamos prosseguir olhando através dos olhos da Pollyana. Gosto mais desse ditado a respeito de participação, do que o também famoso, "pai é quem cria, não quem faz", nada contra ele, perdi meu pai cedo, e por isso tive muitos pais e mães para minha sorte, mas continuo preferindo o da participação. Muitas foram as felicitações que recebemos quando contamos a novidade que encomendamos uma cegonha, não tínhamos certeza da reação das pessoas quando decidimos contar, mas com certeza foi melhor do que imaginávamos. Lembro agora de uma felicitação em especial de uma amiga que disse "bem vindo ao mundo selvagem dos filhos", com certeza ela tem uma veia pra títulos de impacto.
Mas andei lendo algumas revistas e livros e, em geral são bem direcionados para mães e nem sempre reconfortantes. Os livros reservam para os pais uma parte semelhante a do vendedor de pipoca, no filme Exterminador do futuro (não lembra do vendedor de pipoca?? Nem eu).



Para ilustrar essa minha impressão em um dos livros tem uma passagem que se refere quase que diretamente aos pais, no capítulo "o que levar para o hospital no dia do parto" diz entre outros conselhos "leve alguns sanduíches para que seu marido não desmaie de fome". Fiquei emocionado ao ler esta passagem, a autora estava praticamente falando para mim.
Vamos deixar esses livros de lado, realmente gosto mais das revistas "decora baby", esse pessoalzinho maroto da mídia, sabe como fisgar os pobres pais indefesos com vários mimos lindos para bebês. E com isso surgem idéias para decoração, berço, e uma infinidade de coisas que compõe a vida de pais esperando bebês. Quando você vê já está envolvido totalmente, e antes mesmo que a cegonha traga nossa entrega, nós dois já estamos nos preparando e vivendo esse momento de transformação e espera. E apesar de sermos esquecidos pelos livros, estamos empenhados naquele ditado da participação (até escrevendo em blog).

sábado, 5 de abril de 2008

Olhe pelo lado bom...

Quando me falavam ou eu lia sobre a gestante ficar mais “dodói”, ou chorona, não imaginava o peso real disto; afinal, eu sempre fui uma manteiga derretida, mesmo! E só realmente senti depois do ultrason de 12 semanas que mostrou meu chuchuzinho com tanto detalhe, se virando “bravo” a cada cutucada!





Como é que pode ser tão frágil, e morar aqui dentro, e depender assim de outro ser humano?? E a gente pode ficar bem neuras, sabia? Tipo quando tem aquelas cólicas com azia e você se pergunta “E SE eu não tivesse comido tanto chocolate?” Tenho um filme ótimo que mostra essa situação, “De Caso Com o Acaso” (“Sliding Doors”), como pegar ou não um metrô pode mudar sua vida (e toda a vez que eu assisto eu choro, rsrs)... Ontem eu estava assim, me perguntando como e que as coisas chegaram onde estão, e como seriam se as escolhas tivessem sido diferentes...
Eu escolhi essa cidade pra morar quando eu tinha 16 anos, e é claro que ninguém acreditava, porque eu não tinha ninguém aqui, e lá no mínimo a faculdade de Odonto pra terminar. Vim pra cá trabalhando com interiores e acabei dando aulas de inglês, quando tudo que eu queria era estudar italiano e francês. Sonhei em envelhecer escalando muito e viajando de motor home, e hoje, sedentária pra caramba, odeio dirigir e gosto mesmo de curtir minha família em casa: Mika, logo, logo, nosso chuchuzinho, a Pitanga e a Dara. Então, embora eu tenha planejado tudo, na verdade as coisas aconteceram na hora e do jeito que elas mesmas decidiram...
Mas ai meu lado Pollyana fala mais alto. Para quem não sabe, e a personagem de um livro de E. H. Porter, de 1913. Órfã, ela aprendeu pequena a fazer o “Jogo do Contente”, onde ela sempre via o lado bom das coisas. Eu sempre procurei ser pé no chão, não dar importância a línguas grandes, pensar com clareza e desapego, mas as vezes não tenho argumento, então apelo pra ela. Se eu fosse dentista, morasse em outro lugar, escalasse e viajasse todo o final de semana... Sei que no final eu iria estar bem aqui, muito feliz, sem assunto pra escrever no blog essa semana!!
É por isso que vale o conselho para cuidar e seguir o coração, porque nossa cabeça às vezes pega o caminho errado, mas no final tudo dá certo, né?




Homenagem ao coraçãozinho forte do nosso chuchuzinho, que (reza a lenda) dá pra ver nessa imagem e é bem forte, e ao futuro papai, publicitário; serve de incentivo também, já que rolou uma promessa de contribuição essa semana... hehehe