Dizem que eu sou meio cabeçuda. Não, na verdade dizem que eu sou muito cabeçuda, mas eu usei um eufemismo aí só pra, se alguém que não me conhece bem ler, não ter a imagem errada. Porque duas coisas acontecem:
- as pessoas confundem a minha atitude com teimosia, arrogância. Dizem que eu quero saber tudo, não aceito conselhos, sempre faço o que quero. Por atitude eu quero dizer que tento fazer sempre o certo, e se acho que está certo, porque mudar?
- muitas pessoas gostam de dar conselhos. Todo mundo, eu acho, mas muitas sem sequer pedirmos. E isso não é ruim, não, o problema é quando elas acham nosso dever segui-los!!
Outro dia minha mãe me disse "Logo você, que foi a filhinha que eu sempre esperei, a caçula, é a que está sempre longe." Ela não disse isso rejeitando a tia Tânia, não, é porque ela queria uma menina que se chamasse Cristina Helena; nem os outros 2 tios, mas porque ela sempre quis 4 filhos. E eu nunca fui a filha que contava as coisas, ou pedia conselhos, desde pequena eu gostava de tentar novas brincadeiras- nada muito arriscado, é verdade- ou ler sobre tantas coisas. E fui morar a 12 horas- de ônibus primeiro, depois de avião- das asas da mãe. Acho que isso explica algumas coisas, né? Sem contar o fato de ter 3 irmãos mais velhos, que sempre sabiam de tudo- mais e melhor- que eu. Provavelmente na maioria das vezes eles estavam com a razão, mas quem quer estar sempre para trás?
Só que até hoje, era sempre "EU", e agora tem alguém que vai depender das minhas decisões- pelo menos por um tempo, eu espero. E o que isso vai mudar nas minhas atitudes? Por outro lado, mais pessoas vão querer dar conselhos, e para ser honesta estou tão acostumada com a minha pequena liberdade de escolha que não sei como vou reagir. Uma coisa é certa: por mais que eu leia, há coisas que não estão escritas. Mas quem as sabe? Como posso confiar? É igual a colar na prova, guardadas as devidas proporções: se eu não sei a matéria, quem me garante que o colega saberá? Tudo bem que nesse caso os conselheiros podem até ter mais experiência (com seus próprios filhos e netos), mas não somos cada um diferentes?
Aí, relendo essa semana um livro que me diz muito, a cada vez que o releio, achei algo, e vou transcrever aqui para que esteja à mão naqueles momentos "revolta". À primeira vista não faz sentido, mas pense melhor:
"Viva de modo a nunca se arrepender se algo que você faça ou diga for publicado pelo mundo afora- mesmo que o que for publicado não seja verdade."
Richard Bach- Ilusões
Richard Bach- Ilusões
Um comentário:
Excelente trabalho, Cristina,
Excelente.
Contudo, nós teremos que continuar a lutar para sermos ou não sermos aquilo que queremos. Complicado.
Parabéns
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