sexta-feira, 30 de maio de 2008

Àquele que faz a diferença

Geralmente eu fico pensando o que vou escrever no blog durante a semana. O problema é que as idéias são muitas, e na maioria das vezes desordenadas. Sem contar quando você quer falar sobre alguma coisa e o pseudo-co-autor deste blog diz que já vai falar sobre isso. (Quando?!?)
Tem outra coisa, também: eu não estou acostumada a me expor dessa forma. Sabe como é, falar o que está se passando por aqui. Acho até que eu melhorei nisso, e coitado do acima citado, que me aguenta toda noite falando, até na hora de dormir! Mas isso exigiu muito tempo e paciência de pessoas que se esforçavam, né, mãe? Vi?
Bom, voltando ao assunto, fiquei viajando sobre o que eu poderia falar, tem tanta coisa acontecendo! E a resposta estava ali, bem ao meu lado, o tempo todo. Para quem não sabe, ontem foi aniversário do Mika: 32. A gente é bem da mesma geração, gostamos de muitas coisas parecidas desde adolescentes, assistíamos (quase) os mesmos desenhos... Então por que ele é assim tão especial?

Não está acreditando? Pode perguntar pra qualquer amigo(a) dele. Aliás, pode ser pra qualquer um que o conheça, porque eu não acredito que tem alguém que não concorde. Como é que vc classificaria um homem que sempre se emociona quando vê "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain"? E quase chorou quando Mr. Bennet se despediu da filha Claire, no "Heroes"?

You're totally my hero!

Sei que as pessoas têm parâmetros de "especialidade" diferentes, então vou tentar de novo: desde sempre ele foi o "monstro espacial" da prima Camilla, que hoje com 19 ainda se derrete, desta vez frente aos yakissobas que ele vai especialmente cozinhar pra ela. E a nova geração? Quando meu afilhado Nicolas esteve no final de semana passado com a gente, quem foi que primeiro se aventurou a dar iogurte pra ele?


Como assim ainda não estão convencidos? Estão querendo os detalhes, né? Tudo bem, lá vai: ele esquece de um monte de coisas, começa a fazer alguma coisa, desconcentra e larga pela metade, vive esquecendo de carregar o celular, e eu não brigo com ele por isso. Mas eu realmente reclamo um monte sobre ele ser direto quando falar com as pessoas, e porque eu acho que ele acha que eu não faço nada de manhã (embora ele negue), e ele não briga comigo por isso. E, vamos combinar, eu não sou fácil, às vezes!!

E quem mais ia poder me dar o Enzo?

Estou me esforcejando... ;) Parabéns por ser você, todos os dias.

sábado, 24 de maio de 2008

Aprendendo com os mais velhos

Dizem que eu sou meio cabeçuda. Não, na verdade dizem que eu sou muito cabeçuda, mas eu usei um eufemismo aí só pra, se alguém que não me conhece bem ler, não ter a imagem errada. Porque duas coisas acontecem:
  1. as pessoas confundem a minha atitude com teimosia, arrogância. Dizem que eu quero saber tudo, não aceito conselhos, sempre faço o que quero. Por atitude eu quero dizer que tento fazer sempre o certo, e se acho que está certo, porque mudar?
  2. muitas pessoas gostam de dar conselhos. Todo mundo, eu acho, mas muitas sem sequer pedirmos. E isso não é ruim, não, o problema é quando elas acham nosso dever segui-los!!
Outro dia minha mãe me disse "Logo você, que foi a filhinha que eu sempre esperei, a caçula, é a que está sempre longe." Ela não disse isso rejeitando a tia Tânia, não, é porque ela queria uma menina que se chamasse Cristina Helena; nem os outros 2 tios, mas porque ela sempre quis 4 filhos. E eu nunca fui a filha que contava as coisas, ou pedia conselhos, desde pequena eu gostava de tentar novas brincadeiras- nada muito arriscado, é verdade- ou ler sobre tantas coisas. E fui morar a 12 horas- de ônibus primeiro, depois de avião- das asas da mãe. Acho que isso explica algumas coisas, né? Sem contar o fato de ter 3 irmãos mais velhos, que sempre sabiam de tudo- mais e melhor- que eu. Provavelmente na maioria das vezes eles estavam com a razão, mas quem quer estar sempre para trás?



Só que até hoje, era sempre "EU", e agora tem alguém que vai depender das minhas decisões- pelo menos por um tempo, eu espero. E o que isso vai mudar nas minhas atitudes? Por outro lado, mais pessoas vão querer dar conselhos, e para ser honesta estou tão acostumada com a minha pequena liberdade de escolha que não sei como vou reagir. Uma coisa é certa: por mais que eu leia, há coisas que não estão escritas. Mas quem as sabe? Como posso confiar? É igual a colar na prova, guardadas as devidas proporções: se eu não sei a matéria, quem me garante que o colega saberá? Tudo bem que nesse caso os conselheiros podem até ter mais experiência (com seus próprios filhos e netos), mas não somos cada um diferentes?
Aí, relendo essa semana um livro que me diz muito, a cada vez que o releio, achei algo, e vou transcrever aqui para que esteja à mão naqueles momentos "revolta". À primeira vista não faz sentido, mas pense melhor:

"Viva de modo a nunca se arrepender se algo que você faça ou diga for publicado pelo mundo afora- mesmo que o que for publicado não seja verdade."
Richard Bach- Ilusões

domingo, 18 de maio de 2008

Esperar?! Pelo Enzo?

É, tem até um livro que chama "O que esperar quando você está esperando". Mas acho que esse não é bem o verbo certo para a gravidez. Sim, porque você está esperando um bebezinho crescer por quase nove meses (ou quase dez, dependendo do ponto de vista) para poder conhecê-lo. Mas não, esperar significa para mim ficar de braços cruzados e fazer nada, e definitivamente isso não é nada mais distante da verdade.
Primeiro tem o óbvio: se até hoje você não se cuidou fisicamente direito, precisa começar (e atrasada, já): boa alimentação, algum exercício leve, não deixar o peso aumentar demais... Tem também as mudanças psicológicas, que sempre vêm mesmo a gravidez tendo sido planejada: se vai dar tudo certo, se vocês vão ser bons pais, se conseguirão se viR$ar bem, de que vão ter que abrir mão, o que entrará de vez na rotina... E, claro, uma outra parte muuuito gostosa mas não menos complicada, o enxoval e quartinho do bebê: qual vai ser o tema? Será que vamos ter que comprar todas aquelas coisas caras tipo carrinho, bebê-conforto? Berço no próprio quarto, no quarto dos pais, ou direto na cama? Sem contar a desgastante experiência dos nomes: achar, entre todos os existentes, um bendito que agrade aos gregos e troianos - ou, no nosso caso, somente a nós, o que já não foi fácil!!
Mas mesmo se as mamães de hoje somam essas preocupações às profissionais, elas dão conta do recado. E sabe por quê? Acredito que é a primeira - e única- oportunidade que temos de nos agarrar no hoje, sem desculpas ou reservas. Explico: esperar pra saber se puxou o joelho do pai ou da mãe é uma delícia, sim, mas como demoooora! Mas há sempre muitas descobertas para irmos desvendando aos poucos, e pela primeira vez não tem sentido simplesmente "esperar". Sabe aquelas pessoas que sempre estão esperando algo mudar em suas vidas para serem felizes? "Quando eu me formar...", "Quando eu tiver dinheiro...", "Quando eu me casar..."? Essas com certeza nunca estiveram "esperando neném".
Em um dia você tem sua vida e um simples exame a faz virar de cabeça para baixo, e você começa a sentir algo diferente, que pode estar só na sua cabeça, hehe. Eu não enjoei, mesmo, mas até os dias em que acordava meio mal pensava: será que é hoje que terei essa "experiência" do enjôo? Depois de um tempo, suas roupas já não caem mais tão bem, embora só você perceba. Tem o 1º ultrason, quando você conhece a delícia de ver um ETezinho e se apaixonar. O de 12 semanas, quando você já sabe que, não importa o que o médico veja nele, você o protegerá com sua vida; pra quem faz outro só para saber o sexo, sem comentários, é simplesmente enlouquecedor o mistério que o médico faz! E mais ainda (eu acho) para quem faz como eu e o Mika, que decidimos só saber um mês depois, no chamado ultrason morfológico, onde você descobre que o chuchuzinho é o Enzo, e vê umas manchas pretas que são os rins, o fígado... Mas também o narizinho, as mãozinhas, os pés, os dedinhos...

Sei que não parece, mas juro que são seus pés...

Você está tão ocupada buscando na net ainda sobre os primeiros sintomas da gravidez! Mas ainda assim vai percebendo algumas mudanças, uma barriguinha saliente, ou mais durinha, e mais umas semanas de repente sua barriga endurece e você se apavora, mas descobre que é só uma contração normal, de "ensaio" para a HORA P... E o dia em que você acorda e sua barriga parece o Pão de Açúcar, todinha para o mesmo lado? Tem também a expectativa de sentir seu filhote mexendo pela primeira vez, e a qualquer movimento você ficar atenta, e depois achar que só foram gases, hihihi
Talvez você saiba que tem que começar a pensar no parto, mas parece tão longe, porque cada minuto é tão precioso! Quase todas as mamães próximas a mim, tendo seus filhos 20 anos ou 5 meses, dizem que essa foi a época mais mágica, "poderosa" e saudosa de suas vidas! Até mesmo quem repetiu a dose diz que não tem igual, cada um é absolutamente único, e você que achava que entendia, só agora alcança o tamanho do "surto" coletivo! E você não espera pelo momento certo, perfeito, porque todos o são, você é feliz agora!!



Pois é, pessoas, eu estou simplesmente nessa fase. Teve o meu primeiro dia das mães, ganhei até café na cama, hehe... Tenho certeza de que minha barriga resolveu crescer essa semana, juro que findi passado não estava assim!! :D Com certeza tem a ver com a ultrason morfológica, já que eu andava toda encucada (normal, hehe) e principalmete com o fato de podermos, como diz a tia TanTan, promover o chuchuzinho a gente!! Nomes são realmente algo muito poderoso: seja bem vindo, Enzo, nosso príncipe guerreiro!!

Fotinhu pornô: eu demorei pra entender...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Então é isso?!?

Recebi esse email já faz um tempo, antes mesmo de saber da existência do chuchuzinho. A princípio, é engraçado, mas depois que você tem um bebêzinho na sua barriga, descobre que talvez pense diferente...

""*CANÇÃO DE NINAR NOS EUA:"Boa noite, linda menina, durma bem. Sonhos doces venham para você, Sonhos doces por toda noite"
*CANÇÃO DE NINAR NO BRASIL:"Boi, boi, boi, boi da cara preta, Pega essa menina que tem medo de careta..."
Como explicar para uma criança inocente que a música é uma ameaça?!? Algo como "dorme logo, senão o boi vem te comer"! Como explicar que eu estava tentando fazer com que ela dormisse Com uma música que incita um bovino a pegar uma menina inocente?
Então, comecei a pensar em outras canções infantis, pois não me sinto bem ameaçando, toda noite, uma criança com um temível boi...
Que tal, "nana neném que a cuca vem pegar"?...
Caramba!... Outra ameaça! Agora com um ser ainda mais maligno que um boi preto!
Depois de uma frustrante busca por uma canção infantil do Folclore brasileiro (que fosse positiva), e de uma longa reflexão, descobri toda a origem dos problemas do Brasil. O problema do Brasil é que a sua população em geral tem uma auto-estima muito baixa. Isso faz com que os brasileiros se sintam sempre inferiores e ameaçados, passivos o suficiente para aceitar qualquer tipo de extorsão e exploração, seja interna ou externa.
Por que isso acontece? Trauma de infância!!! Trauma causado pelas canções da infância!!! Vou explicar: nós somos ameaçados, amedrontados e encaramos tragédias desde o berço! Por isso levamos tanta porrada da vida e ficamos quietos.
Exemplificarei minha tese:
"Atirei o pau no gato-to-to Mas o gato-to-to não morreu-reu-reu Dona Chica-Ca-Ca admirou-se-se Do berrô, do berrô que o gato deu." Miaaaau!
Para começar, esse clássico do cancioneiro infantil é uma demonstração clara de falta de respeito aos animais e crueldade. Por que atirar o pau no gato, uma criatura indefesa? E para acentuar a gravidade, ainda relata o sadismo dessa mulher sob a alcunha de "Dona Chica". Uma vergonha!!!
"Eu sou pobre, pobre, pobre, De marré, marré, marré. Eu sou pobre, pobre, pobre, De marré de si. Eu sou rica, rica, rica, De marré, marré, marré. Eu sou rica, rica, rica, De marré de si."
Colocar a realidade tão vergonhosa da desigualdade social em versos tão doces! É impossível não lembrar do seu amiguinho rico da infância, com um carrinho fabuloso, de controle remoto, e você brincando com seu carrinho de plástico. Fala sério!!!
"Vem cá, Bitu! Vem cá, Bitu! Vem cá, meu bem, vem cá! Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá! Tenho medo de apanhar."
Quem foi o sádico que criou essa rima? No mínimo ele espancava o pobre Bitú...
"Marcha Soldado, cabeça de papel! Quem não marchar direito, Vai preso pro quartel."
De novo, ameaça: Ou obedece ou você se estrepa! Não é à toa que o brasileiro admite tudo de cabeça baixa....
"A canoa virou, Quem deixou ela virar, Foi por causa do (fulano/a) Que não soube remar."
Ao invés de incentivar o trabalho de equipe e o apoio mútuo, as crianças brasileiras são ensinadas a dedurar e a condenar um semelhante!
"Samba-lelê tá doente, Tá com a cabeça quebrada. Samba-lelê precisava É de umas boas palmadas."
A pessoa, conhecida como Samba-lelê, encontra-se com a saúde debilitada e necessita de cuidados médicos. Mas, ao invés de compaixão e apoio, a música diz que ela precisa de palmadas! Acho que o Samba-lelê deve ser irmão do Bitú... Talvez pela características do nome, Samba-lelê deve ser um trabalhador negro, o que demonstra um racismo, claro!
"O anel Que tu me destes Era vidro e se quebrou. O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou..."
Como crescer e acreditar no amor e no casamento depois de ouvir essa passagem anos a fio?!?
"O cravo brigou com a rosa Debaixo de uma sacada; O cravo saiu ferido E a rosa despedaçada. O cravo ficou doente, A rosa foi visitar; O cravo teve um desmaio, A rosa pôs-se a chorar."
Desgraça, desgraça, desgraça!... E ainda incita a violência conjugal (releia a primeira estrofe).
Precisamos lutar contra essas lembranças, meus amigos! Nossos filhos merecem um futuro melhor!
Ah!!! Não é possível esquecer desta:
"Passa, passa, passa três vezes... O último que ficar tem mulher e filhos que não pode sustentar..."
Ou seja: vá se acostumando ao desemprego e a miséria resultado das nossas desigualdades sociais!!!""

Meu Deus, e agora, o que vou cantar à noite?!? Por favor, sugestões!! E isso porque nem entrei no mérito dos contos de fadas e o racismo... Acho que vou ter que sair do tradicional e cantar muito Toquinho e o Mundo da Criança, Castelo Ra-Tim-Bum, Barney...
Ah, não, tudo menos o Barney, aí já é trauma de mãe!! rsrs

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Confissões de uma futura mamãe alucinada

Que atire a primeira fralda quem nunca viu uma roupinha de bebê e “aaahhh” ou “ooohhh”. Não só pais ou mães de primeira viagem, mas quem já é quase vovô, ou muito criança pra ter uma criança, ou mesmo aqueles machões, que dizem que tudo é sentimentalismo, dão aquele sorrisinho... Eu me lembro da Next no Kew Retail Park, onde eu trabalhava, com uma sessão infantil enooooorme, uns 12mX4m, sei lá... Bem do lado da Mother Care, outra loucura!! Quem queria limpar o chão? Eu queria mesmo era ficar olhando e imaginando... Se eu ainda estivesse em Londres, meu chuchuzinho só ia vestir Next, hahaha...

Agora, vamos ser sinceros, seu eu estivesse lá mesmo, talvez eu não quisesse pagar 10libras por um pijaminha com jaqueta... Eu sei que é barato, mas é aquela coisa, você já fica pensando que aqui em terrinhas tupiniquins tem coisas muito lindas também, e valem R$ 3,5 mais... (só ilusão, um conjuntinho desses pode ser mais de R$ 35,00, mas enfim...) Não, eu ia comprar mesmo era na Primark!! Aliás, dei de presente pra vários amigos que decidiram repovoar o mundo enquanto eu estava por lá macacõezinhos ou “body”s com frases reais, do tipo: “High Maintenance”, “I’m the most beautiful and intteligent baby in the world”, e até comprei uma pra mim, embora demorou mais de 3 anos pra eu ter a oportunidade de usar: “50% good, 50% bad”, com umas carinhas de anjinho e diabinho, respectivamente...

E se o momento é de confissões, aqui vai mais uma: adoro essa moda de brinquedos educativos desde pequeninos, coisas que parecem ser muito gostosas de brincar!!A Fisher-Pryce, mesmo já começa te comprando pelo slogan: “porque nunca é cedo demais para brincar (e aprender)", mas são as idéias que chamam a atenção. Até pouco tempo atrás, aqui não havia o que chamamos de “baby gym”, então (onde é que eu estou, num confessionário?!?) comprei um também!! Ele é bem simples mas é muito massa, hehehe, e eu que adoro carregar tranqueira de lá pra cá, me apaixonei, né?

*

Brincadeiras à parte, acho que o comecinho do frio aqui em Floripa me trouxe boas memórias lá daquela terra além-mar, onde fiquei por um bom tempo... Lembranças do heater, que facilitava as coisas na hora de levantar de manhã, hehe... Mas também desses pequenos detalhes em que não prestamos tanta atenção assim, até a hora em que estamos carregando esse serzinho na cabeça, no coração e no barrigão!!

*"Porque vocês se apaixonaram antes mesmo de se encontrarem."