terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pais e Filhos

Faz mais ou menos um ano que a Bisa Dita mudou-se. Foi morar com o papai do céu porque já estava cansada de trabalhar, já tinha passado até o período da aposentadoria.


Bisa do Enzo, bem entendido. Minha avó, mãe da mãe. Lembro que, quando o Mika me contou (minha mãe ligou para ela para que eu não tivesse surpresas ruins, já que o neném não tinha nem um mês), ele ficou meio surpreso com minha (falta de) reação.Vi passar uma sombra de leve em seus olhos, como se eu nem ligasse, se até ele que não a conheceu estava triste. Mas eu espero ter conseguido explicar para ele que aquilo que alguns podem chamar de frieza - e até eu penso assim às vezes - é só uma visão muito realista da vida. Choro com os vivos, me comovo com a saudade e as culpas de cada um... Mas não choro por quem já foi. Nesse caso específico, vieram à mente imagens da minha infância, quando o convívio foi um pouco mais regular. E pensei nela não como bisa, ou avó, mas mãe.




E por que tudo isso? Este mês o Enzo ficou bem dodoizinho pela primeira vez desde que nasceu, tirando o refluxo. Gripe "braba", tosse, inalação, febre... Não foi nada sério, e quem já teve filho doente de verdade pode até me chamar de bobona. Mas quer saber? Algo muda dentro de nós.


Por outro lado, minha mãe também caiu doente- literalmente. Foi internada e tudo, suspeita de pancreatite. E eu, longe desta vez como outras tantas, me vi reavaliando nosso relacionamento. Não quero que seja assim com o Enzo: distantes (mãe e avó), apesar do amor enorme.


Não quero mais, tudo longe, sem aviso se não for por ela mesma, sem saber a verdade... Mas o que eu posso fazer?

Nenhum comentário: