quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Ciclos

     Quando o chuchu number two se foi, a vida - ou planos para ela - pareceram ficar suspensos; eu me sentia em um tanque de privação de sentidos do Fringe (alerta de referência nerd). E, quando soube da nova gravidez, acho que eu acreditei que retomaria a partir dali, de uma sala de ultrassom para outra. Como se o ciclo tivesse sido só pausado, e não fosse outro momento, outra gestação, outra Cristina - só que não.
     Quando me perguntam porque chorei ao receber a notícia dos gêmeos, digo de todo coração que não sei.

Hoje o Oliver me abraçou e chamou de "fofinha", e eu lembrei de uma fase do Enzo em que ele andava muito 'apaixonado' pela mamãe, e me chamava de "minha fofa". E eu entendi que os ciclos são assim mesmo, eles não param, mas não da forma que esperamos.

Para saber quem era o Enzo e quem é o Oliver, se pergunte: mãe de três escolheria qual roupa para comer chocolate?

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Orgulho da mamãe

   Ele não foi um príncipe, foi José Bezerra - ou Flynn Rider, para os que o conheceram nos tempos de ladrão. Mas deixou a mamãe com um orgulho...

   Explico: desde o início do ano, estamos tentando colocar o Enzo para fazer um esporte/ atividade física, mas sendo filho de quem é, o negócio não saiu. Em julho dei um ultimato e marquei várias atividades para fazer aula experimental, começando pelas da escola, especificamente pelas danças.

   Concordo com vocês, o cara que não me deixa nem ouvir música? Ele mesmo. E, pasmem: sapateado foi o escolhido! Já bateu aquele baita orgulho de ser a mãe e não ter caído longe da árvore, porque também sempre quis.

   A apresentação do Studio aconteceu nesse sábado, com o tema Festa no Castelo. Princesas!! Um desafio? Bem, a turma dele ia dançar a Rapunzel (adoooorooo), então ficou fácil: ele já foi chamado de príncipe logo de cara e gostou - mas não tinha assistido ao filme para saber a real.

   Em agosto, a pressão para decidirmos se ele iria ou não participar, e duvido de cara - não dele, mas da sua capacidade de arriscar. E ele, sereno, "acho que vou participar, sim". Mamãe pega emprestado um DVD com a gravação de 2018 para ele entender o que era uma apresentação - nunca curtiu teatro ou coisas ao vivo, desde aquela fatídica apresentação de João e o Pé de Feijão (jurava que tinha link por já ter contado esta história). E ele, tranquilo, "legal". Gosh, não caiu longe da árvore MESMO.
Ok, ele que sabe.

   Teve (poucos) dias em que ele se preocupou, é verdade, e conversamos para tentar resolver as questões. Outros (não) tantos (assim) quando ele quis mostrar o que já havia ensaiado, e outra meia dúzia de vezes em que o peguei cantando a música:


         (...) Então voltar a ler se tempo me sobrar
Pintar um pouco mais sem nunca terminar
Depois o meu cabelo inteiro escovar
Mas sem sair deste mesmo lugar

Imaginando mas quando, mas quando a minha vida vai começar?

     No dia, indo para o teatro, aquela conversa a dois: se errar, não desmonte, você é o único príncipe, vão achar que a coreografia é diferente; sorria e acene (melhor conselho dos Pinguins de Madagascar pra vida); já está fazendo algo corajoso, que uns 90 e tantos por cento não sabem fazer, e quase a mesma porcentagem não se arriscaria; e eu te amo.
  Para sempre.