quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Sete anos depois... Lembranças.

Como assim, sete anos?! Cadê meu bebezinho, cara de Mestre Yoda, futuro nerd (nessa eu acertei), pessoinha que me fazia ficar 'assistindo' dormir? Cresceu. Em um segundo. Ou não. Mas foi rápido demais para eu só agora perceber que o blog está abandonado e seus momentos podem passar assim, em uma piscada, e eu não quero perder nadinha, como dizia o Steven Tyler. Por isso, estou retomando os posts, daqui para frente e daqui para trás: histórias que precisam ser contadas vão ser 'encaixadas' cronologicamente, mesmo escritas agora. Acho até que vou usar #dasantigas!



E nessa vibe de ser tão amado que não queremos deixar passar nada, sempre tem mais de uma comemoração (lembra dos 3 chás de bebê?), e ontem o Enzo recebeu para uma pizza as vovós e os padrinhos. A dinda me perguntou se eu lembrava bem do dia que ele nasceu, e tive que confessar que não, os detalhes estavam sumindo aos poucos (o que ainda pode ser considerado positivo, já que nem me lembro do almoço de ontem direito). Mas eu tenho uma coisa, uma 'carta na manga', que quero compartilhar aqui, neste momento especial dele e da minha vida (more on that later): meu relato de parto. Foi escrito antes de ele fazer seis meses (não lembro quando :-p ) e pode parecer longo demais, assustador, meio exagerado, mas queria um registro para mim, e prometo não mudar para eu parecer mais simpática, se alguém se empolgar em ler!

"Sábado, 27/09/2008
Ainda falta prepararmos tanta coisa para a chegada do Enzo! Nada essencial (eu espero), mas coisas que, depois, demorarão muito mais tempo: a cerquinha para pintar de branco, o porta-treco para costurar, lençóis extras e para o carrinho, que ainda nem chegaram, para lavar epassar... Sem contar escrever o plano de parto e escolher as músicas! 
Mas foi um dia, cheio, aniversário de 01 ano do Nicolas. Vou me deitar cedo, levo o rádio e alguns CDs comigo para ouvir e separar, caso não possamos levar o MP3 para o Centro Cirúrgico quando chegar a hora. Chego à conclusão que as chinesas são as favoritas: o de "O Tigre e o Dragão" e o de Tai-chi-chuan agradam o morador, que se mexe na minha barriga sem movimentos bruscos. Ele também deve estar cansado. Seus movimentos me causam cólicas, que se bem me lembro são sintomas do falso trabalho de parto, ou de sua fase latente.
Domingo, 28/09/2008
Acredito que no domingo devo estar melhor, mas isso não acontece, e as cólicas se intensificam. Nada que me impeça de terminar as cerquinhas (que ficaram com um acabamento um tanto rústico), fazer o almoço, "enrolar" com a Keler, que veio nos visitar dizendo que, com a mudança da Lua, alguma coisa iria acontecer...
Bem, eu tinha começado a perder o tampão mucoso na sexta-feira depois do almoço, umas 15h. Fui à médica, que viu que não havia dilatação e me advertiu que poderia haver mais secreção, e por isso eu estava usando protetores diários no fim de semana. Mas quando vi que teria de trocar pela terceira vez a calcinha, comecei a achar que a Kel estava com a razão e convoquei todo mundo para um passeio à maternidade, lá pelas 7 ou 8 horas da noite.
Chegar lá, sentir um medinho antes da consulta e um desapontamento depois, vai entender... Nada de dilatação, contrações irregulares, colo ainda afinando, e alto. O plantonista (meio mosca morta)diz que não é a hora, só se tivesse uma das quatro situações - contrações regulares de 3 em 3 minutos, sangramento vivo, falta de movimento fetal ou ruptura da bolsa; o líquido que saía, a cada contração, não conta.
OK, todo mundo de volta, mas dessa vez quem vai para a cozinha é o Mika, e eu como muito! Vamos nos deitar tarde, como quase sempre, e ele vai cronometrar minhas contrações. Tentamos uma vez, não soubemos fazer, tentamos de novo, mas desta vez elas estão tão fortes! De repente, na terceira sinto um líquido escorrendo, mas não aquele 'jorro' que a Globo mostra nas novelas, e que molharia até as meias, como as médicas descreveram (não ia dar de qualquer forma, estava deitada). 
Domingo, 29/09/2008
Seguro e corro pro banheiro, e quanta água! São 1:20 e, apesar de o Mika tentar me convencer a contar as contrações de novo, peço para acordar a Kel e voltarmos para a maternidade: agora tem algo acontecendo mesmo. (Aqui ligamos para o plantonista antes e explicamos o acontecido, mas o simpático só perguntou da regularidade das contrações, acho que não queria se comprometer. Como eu não sabia, nem queria ficar deitada contando, ignorei-o e fomos.)
No carro, sento em uma toalha, só por precaução, mas sai tanto líquido a cada 3 ou 4 contrações - que agora estão entre 3 e 4 minutos - que ela chega ensopada à maternidade. Sem contar que vamos pelo Kobrasol para 'entregar' nossa visita em casa, e ainda temos que abastecer porque o Zak (Corsa) está na reserva, hehe. Não que haja pressa, tenho certeza de que o Enzo não viria ali, no carro, mas é que dói ficar sentada ali! (Depois eu entenderia melhor as coisas, que dói em qualquer posição). De qualquer forma, o Mika fica sem saber se acelera e chega logo, mas balança em cada irregularidade da rua e  eu reclamo, ou vai devagar e com cuidado, e eu reclamo que não chega nunca...
O 'simpático' na Santa Helena me examina de novo, diz que estou tendo contrações efetivas mas só tenho 1 dedo de dilatação e a 'barriga alta'. Sem a bolsa, porém, tenho de me internar, já na segunda, por volta das 2:30. Ficamos no quarto para evolução, e ele já vai me prescrevendo ocitocina sem explicar o que é ou para que serve. Quando eu questiono sua utilização com as enfermeiras/ auxiliares, ele diz que a opção é minha, que seu uso não vai influenciar na dor (para mais ou menos), mas que com as contrações que estou tendo, uma dilatação rápida seria bem vinda.
O pior não é isso: se na primeira triagem, quando eu falei que iria tentar o parto normal, ele nem piscou, agora já vem com uma 'possível' relação tamanho do bebê X barriga alta... Já não tinha gostado dele antes, agora então... No fim, aceito a ocitocina IV e espero com o Mika e, coitado, xingando ele um monte a cada contração... Devo estar em desespero, mas não reconheço esse medo. Às 5 da manhã, exame de toque para descobrir que só tenho 4cm de dilatação. Que mal!!! A dor está muito forte e fica pior após o toque, e uma hora depois ainda não chegou a 5cm! 
Tudo parece um sonho - não no sentido bom da palavra. Estou cansada, irritada, dolorida e, a cada contração fico sem ar, mesmo tentando manter a calma, respirar fundo e contar até passar. São os 30, 40 segundos mais longos da vida de uma mulher! A gente se concentra em que vai valer a pena no final, mas quando o médico diz que mal tem 5cm, eu cedo e peço um analgésico, um comprimidinho que seja! 
Acho que a essa altura ele vê que eu não vou desistir do parto normal e pára de falar em 'reavaliar a situação', me manda para o Centro Cirúrgico para analgesia. Difícil é ficar tanto tempo im´vel (para fazer a peridural) com aquelas contrações! Então um mundo lilás se abre e tudo passa: eu sinto as contrações desde o início, mas sem dor. O Mika, que estava se arrumando para entrar, diz que voltou e encontrou outra Cristina Helena, parecia que tinha me dado umas dorgas. Sento na bola de Pilates e fico ali 'rebolando', até aceito uma fotinho - do tipo uma bola em cima da outra.
Não vejo mais o médico 'besta' - eu acho. Em algum momento, começo a cair de cima da bola, nem percebo, não sei se é pressão baixa, fome... Depois de me deitarem na cama, melhoro e volto, porque o tempo não parece passar! Está tocando uma rádio - sim, os CDs vieram, mas esquecemos no carro. Já passou das 7 da manhã, chega a nova equipe com a dra. Andrea, com quem simpatizei na hora, e até tenho a impressão de a conhecer, para depois lembrar de já ter passado por seu plantão. Enfim, ela me examina e me deixa ali, até o bebê decidir descer, porque ainda está muito alto, mas já que fiz os exames e foi liberado, OK.
Ficamos nessa por hoooooooras, creio eu, porque nesse meio tempo o Mika diz que ela já fez umas 3 cesáreas, sempre vindo me examinar nos intervalos. Ainda tentamos minha GO algumas vezes no celular, e minha mãe também, mas sem sucesso. Às 9 e pouco, mais um exame: 10cm de dilatação, mas a barriga continua alta, eu empurrando e a médica fazendo o toque. Ela diz que sente a cabeça dele, mas quando eu relaxo, ele sobe de novo; me pergunta se no último ultrassom o Enzo não apareceu enrolado no cordão, mas não sei: ninguém me falou de circular de cordão no exame, mas também não o trouxe. Vacilo!
Estou cansada, claro, mas tão empolgada que não percebo, quero continuar empurrando. Então a dra. põe a mão sobre minhas pernas, me olha nos olhos e diz que já estou em trabalho de parto há quase 10 horas, e a partir de um certo ponto há risco de sofrimento fetal, por isso ela já recomendaria a cesárea. Meu coração pára por um segundo, mas qualquer coisa é melhor que o meu bebê sofrer, já desde antes de nascer.
Então é tudo muito rápido, ela dá as 'ordens' e em poucos minutos aquela sala se transforma, com luzes fortes e mesas de apoio, anestesista e auxiliares para todo lado. O Mika acaba de sair para se paramentar, quando voltar vai se surpreender.
Dessa vez o anestesista é bem simpático, mas não consegue pegar o ponto certo enquanto estou deitada, e fazemos sentada (futuramente, vou me arrepender disso com uma cefaleia pós-raqui). A auxiliar me diz que, quando eu sentir as pernas esquentarem, é efeito da anestesia, e isso acontece menos de um minuto depois. Deitam-me, esterilizam e raspam não sei onde, só no final do dia que vou ver que foi só no local do corte, que nem é tão grande ou visível.
Isolam minha visão e querem amarrar minhas mãos, mas me recuso; a dra. mais uma vez olha direto nos meus olhos e diz que, se eu cruzar o campo cirúrgico, vou contaminar tudo, e eu me comprometo a me comportar. O anestesista conversa comigo para me distrair nesses minutinhos tensos, me dá um pouco de oxigênio para a falta de ar, e estou calma quando o Mika entra. Explico que não posso baixar os braços, e ele diz que, qualquer coisa, me segura; então o anestesista que explica que, em determinado momento, vai dizer para o Mika se preparar para a conseguir pegar a foto do bebê nascendo - e ele tira a última de só nós dois, para sempre.
Então é tudo muito rápido, estamos ainda esperando não sei o quê quando ele avisa "Vai lá, pai", e o Mika "Já?!"... Vai um pouco para o lado, para lá do campo, não o vejo mais e me sinto tão sozinha: choro porque as coisas não aconteceram como sonhei, desde a ocitocina até as manobras para nascer e os procedimentos que estão fazendo com o Enzo... O anestesista diz algo bem alegre, que eu também não ouço, a essa altura estou chorando e pedindo meu filho, brava: por que todos podem vê-lo menos eu?
E ele vem, nas mãos de uma auxiliar, todo enroladinho em um campo azul e eu penso como ele já fica lindo dessa cor; parece tão pequeno com a quela touca improvisada, e é bochechudo como eu já sabia! E que cara de bravo, ele não queria sair, não! Aí choramos juntos, Mika e eu, o anestesista tira mais fotos e registra esse momento que é único e iniesquecível (SIM!), a médica me parabeniza e explica que ele tinha 2 a 3 circulares que o estavam 'segurando' muito alto... E o circo é desmontado.
O Mika tem de sair, vai avisar a todos da chegada do herdeiro, nós fomos para a RPA, o Enzo enroladinho sobre minhas pernas imóveis, depois sobre meu peito, e eu tentando segurá-lo com braços vacilantes.
Ele está aqui, e isso é mágico, e é só nisso que penso, e não no que foi ou vai ser."

Em tempo: já não me lembrava nem do horário, que foi às 10:17. Viva as certidões de nascimento!

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Sete anos!!

Sete sempre foi um número místico, para o bem ou para o mal. Sabe como é, "sete é conta de mentiroso", "pintamos o sete", é um "ciclo lunar e, portanto, um círculo completo", é um número auspicioso para os japoneses, há sete notas musicais, sete cores do arco-íris, sete maravilhas do mundo antigo... Enfim, vocês entenderam.

E nosso gatito está fazendo sete anos! <3 font="">Para nós, todo aniversário é mágico, pensamos "meodeos, como assim, já?!", mas a cada um é mais gostoso, porque conhecemos mais a fundo a personalidade dele, seus sonhos, seus anseios...

Dessa vez, eu disse a ele que não faria uma festa temática (casa de ferreiro, espeto de pau...), mas que poderia alugar uma cama elástica ou similar, e mesmo assim ele escolheu o mundo do faz-de-conta. Como sempre, não rolou bem como eu queria, inventei mil e uma coisas de última hora (mas esse ano, feito literalmente no último mês), mas a diferença agora foi que a opinião do Enzo contou mais que só na escolha do tema (LEGO!): ele deu ideias de convite, as cores, o varalzinho atrás da mesa do bolo, a decoração pintada por ele e a lista de convidados, claro.




A não novidade: choveu, mas desta vez o tempo todo. A novidade: a presença de coleguinhas da escola (5 convidados, compareceram 3), a tal da cama elástica, que a vovó Lau alugou como presente, e três comemorações (!), porque sempre rola uma comemoração a mais, pelo menos, por causa da escola; neste ano, também teve uma pizza hoje, bem no aniversário, com os dindos e as vovós, porque a festinha foi no sábado...









Ele curtiu tudo, apesar das ausências e da chuva, e isso que importa. As fotos falam tudo!